quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

André Rosinha – Pórtico

Disco apreciado por Miguel Estima

Contrabaixo é capaz de ser um dos instrumentos que a nível pessoal mais me cativam dentro do jazz, depois o vibrafone, o saxofone, o piano. E poderia ir numa escala de instrumentos que aprecio mais ou menos. Poderia falar de muita coisa, como estar a escrever a critica naquele que é considerado o dia mais triste do ano. Mas porra, o disco é alegre, então?
André Rosinha, lançou no inicio deste ano o primeiro disco de originais “Pórtico”, pela Robalo Music. A editora indie do jazz, que revela a cada instante um grande nome do jazz, que anda meio escondido, ou diria, desculpem a minha ignorância ou falta de apreciação, escondido atrás de outros músicos que são mais reconhecidos. Quando estava a preparar esse texto fui cuscar para escrever alguma coisa de jeito e reparei que já fotografei o moço, esteve em Vilar de Mouros, com o Júlio e Salvador. E assim vai a cena, um dia sobem aos holofotes com um disco como líder e os escribas que se amanhem com a falta de esperteza de não os terem descoberto antes.
Pórtico é um disco singelo, com sete temas todos eles melodicamente bem executados, já que conta com uma base forte do vibrafone do Eduardo Cardinho, um toque do tradicional com o acordeão do João Barradas, o saxofone do Albert Cirera e uma bateria muito sublime do Bruno Pedroso. Num ritmo calmo, sem grande imposição André Rosinha e o seu contrabaixo, respiram de uma forma muito natural.
 Ele desliza calmamente ao longo do tempo, é fresco e suave, faz-nos sentir bem num dia de inverno, fica perfeito como banda sonora, com chuva ou nevoeiro, como à beira do rio Minho quando comecei a pensar neste texto.
 Se o ano de 2017 foi muito profícuo, 2018 começou de uma forma particularmente interessante com este “Pórtico”.

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