quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Sinsal 2017 – Report



Festival Sinsal 2017
Texto e Fotos de Miguel Estima
Aconteceu entre 21 e 23 de Julho, na ilha de San Simón na ria de Vigo, a décima quinta edição do Sinsal. O festival peculiar e muito próprio, acontecendo a cada ano, na fantástica ilha de San Simón, com acesso exclusivo de barco.
A edição deste ano, estava propicia a que fosse uma excelente edição. Os bilhetes para sábado esgotaram em poucas horas, os de Domingo demoraram pouco mais de dois dias, e mesmo os de sexta, não estiveram mais de duas semanas à venda. Facto de já ser um referente no que toca ao mundo musical, e à procura de algo diferente no contexto dos festivais.

 O festival que só leva 800 pessoas, teve o seu inicio na sexta-feira 21 de Julho, que contou no cartaz com quatro formações. Maria Arnal e Marcel Bagés, logo a abrir a tarde (ou hora do lanche diria eu), num misto de cantautor, apesar de ser em duo onde, permanecia a voz e guitarra, num ritmo calmo, desbravando o palco da Estrella Galicia, num misto de canto in memorium, onde tentam recuperar a mística do legado autoral.

 Ida para o outro lado da ilha, no palco New Balance, para ouvir aquele que (considero eu) o melhor da tarde. Bitchin Bajas com Bonnie ‘Prince’ Billy. Desbravaram juntos o disco editado pelo dois no ano passado “Epic Jammers And Fortunate Little Ditties”, num misto de folk, blues e rural. Tão denso como místico, bem ao estilo do Bonnie. O concerto agarrou o publico, apesar de calmo, manteve a boa dose de adrenalina para a tarde. 
Melange que foi a banda que se seguiu não veio com nada de novo. Um rock bem esgalhado, mas disso temos nós em Barcelos aos pontapés, por isso e como não é a minha praia também, vou passar ao concerto final do dia que foi de Metá Metá. 
A banda de São Paulo, veio com vontade de fazer mexer os pés dos festivaleiros mais adormecidos, num misto de afro beat com jazz, com uma voz fantástica Juçara Marçal. E finito a curta tarde inaugural do festival.
Não marquei presença no sábado, com várias questões de logística não me permitiram, por isso começarei a falar de Domingo 23 de Julho. 
De novo o cartaz era secreto e ao contrário de edições anteriores, não fazia a mínima ideia de quem iria tocar. Com vontade de descobrir novos sons, C Duncan, artista multifacetado escocês abriu as hostilidades com um som ambiente, folk com pitadas de ectronica, tão doce que fazia apreciar ainda mais o cenário da ilha. 
No passeio do Buxos já a cheirar a comida, já que a zona de restauração é aí que é montada, apresentou-se Holly Macve, a rapariga de Brighton, que se situará musicalmente entre uma Patsy Cline e uma inispida Lana Del Rey, veio apresentar o mais recente “Golden Eagle” lançado este ano. Um concerto intimo, calmo, para aproveitar para degustar a comida,  perto do palco. 

Ao mesmo tempo no cenário Mirador o projecto cintaadhesiva, com uma forte componente visual, num apresentação mais elaborada, baseando a sua performance numa forte componente de texto, em ritmos mais eletrónicos com misto de violino clássico. 

No cenário da Estrella Galicia, Anna Meredith encantou o publico com uma pop dançável, considerada uma das melhores compositoras de musica contemporânea, veio proporcionar o arranque oficial para os concertos mais mexidos. 
Se o sol era forte no concerto da Anna, o concerto de Janka Nabay & The Bubu gang foi à sombra das arvores no palco da New Balance. O artista da Serra Leoa, deu ritmo, não deixando ninguém indeferente ao seu afro beat. 

Estava tudo já agitado quando apareceram no cenário dos Buxos, os Romperayo, vindos da Colômbia, num som hipnótico, que alguns não aguentaram e aproveitaram para ir descontrair com Amorante projecto do musicólogo basco, Iban Urizar que esteve a desbravar as suas pesquisas pela musica tradicional, para um parco publico que ‘degusta’ a musica sentado num pequeno espaço próprio para aqueles que querem experienciar algo único. 

Para terminar o festival da Georgia vieram os Of Montreal. A banda extravagante, pela forma como se apresenta o seu líder, ofereceu a verdadeira festa final de encerramento do festival. Aquele momento em que vemos o maior aglomerado de assistência a curtir o concerto, já que muito do staff do festival também aproveita o momento para se divertir.

O festival que eleva a fasquia de propostas a cada nova edição, proporcionou momentos únicos como só acontecem a quem vive uma experiência diferente, numa ilha a ouvir muita música.       

Foto-Reportagem completa aqui.

Sem comentários: