terça-feira, 6 de setembro de 2016

Vilar de Mouros 2016 - Report


Texto e Fotos de Miguel Estima

O festival mais antigo da península regressou, mais uma vez, à aldeia minhota de Vilar de Mouros. Na margem do Coura, local considerado bucólico em 1996, mítico desde 1971, meio rural transformado em epicentro cultural durante três dias em Agosto. Onde as vaquinhas continuam a pastar nos verdejantes campos, perto do campismo, para relembrar que noutros tempos o símbolo/marca era a vaca.
O cartaz foi composto por dezoito bandas no palco principal, com concertos a começar às sete da tarde e a terminar perto das três da manhã. Vou destacar aqueles que a mim me suscitaram mais interesse. Os treze restantes tiveram a sua piada, mas este será o meu Top5.




No primeiro dia, o grande concerto foi de Peter Hook & The Light. Foram quarenta e cinco minutos onde o baixista dos Joy Division percorre os clássicos da carreira, entre esta mítica banda e a que a sucedeu, os New Order. Começando por Digital, continuando com Isolation, She’s Lost Control, Shadow Play, Transmission, The Perfect Kiss, Blue Monday, True Faith, Temptation, Ceremony e a terminar o Love Will Tear Us Apart.

Foi bom de mais, curto, condensado e suculento, conquistou de uma forma fantástica a plateia que ia chegando ao recinto.

No segundo dia a surpresa foram os Linda Martini, que também actuaram às oito da noite e brindaram-nos com um concerto fantástico, como é o hábito deste quarteto português, um "rockezinho calminho", porque a esta hora a digestão ainda é lenta.
 Surpresa muito boa neste dia foram os OMD. Começaram com o hit “Enola Gay”, tema vastamente conhecido, e continuaram a festa em ritmo crescente! Sinal que nem sempre o rótulo da embalagem é significativo, mas sim o conteúdo. Os veteranos ingleses, liderados por Andy McCluskey, deram um grande concerto neste seu  primeiro concerto em terras lusas.
 Para o terceiro dia, a coisa estava mais dividida.
O concerto de Bombino foi fantástico, mais um que foi às oito da noite, o que demonstra uma capacidade genial de conseguirem colocar boas propostas logo no arranque da noite.
 E Tindersticks deram um concerto fantástico dezassete anos depois de terem estado em Vilar de Mouros. A banda de Nottingham elevou o rótulo de bucolismo do festival, numa doce actuação, onde repassaram temas dos vinte e cinco anos de carreira.
 Em ano em que as Azenhas passaram a praia fluvial, a afluência dos festivaleiros foi muito fraca a este local. Em duas visitas que realizei por volta das seis da tarde notava-se que não foi local selecionado para a banhoca no rio.
As preferências dos festivaleiros eram mais recatadas, passando pela zona do campismo, este ano com espaço próprio e com melhores condições. O recinto principal encolheu, para ser mais clara a sensação de estar cheio, tendo mesmo lotado no último dia do festival. Foi criada uma área de restauração simpática fora do recinto e tendas de artesanato.

Esperemos que seja desta que o festival de Vilar de Mouros tenha conseguido renascer, ainda que em lume brando, para o verdadeiro reavivar de emoções que tão bem o caracterizam.

Podem ver a Foto-Reportagem completa na página de facebook deste blog.

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