sábado, 4 de setembro de 2010

Bons Sons - Dia 3

O último dia de festival começou com as Adufeiras de Monsanto a cantar para todos desde a porta da igreja, foi um belo momento em que se sentiram as raízes da nossa música.
Seguiu-se o desfile do Grupo de Cantares Alentejanos de Serpa que nos trouxeram um pouco de Sul e animaram o final de tarde.A noite que deixava mais expectativas começou com os Danças Ocultas, grupo que encheu o recinto do palco Giacometti pela última vez nesta edição do Bons Sons e que encantou o público com os seus “sons do ar”.A reacção do público a esta música, não deixou de me surpreender, eu tinha a ideia que ao ar livre o concerto não ia resultar tão bem como num cine – teatro, mas não podia estar mais enganado, a música dos Danças Ocultas resultou e muito bem.
O concerto começou com “Héptimo” passou por “Tarab” que dá nome ao seu mais recente álbum, “Bulgar”, “Triste Europeus”, entre outros e rematou com o belo “Dança II”. Fiquei encantado a ver a forma como o público acompanhou todos os temas e como no fim ninguém arredou pé, exigindo um encore, mesmo contrariando a produção que teve de por música ambiente para confirmar que não iam tocar mais.O cumprimento dos horários obrigou a ser assim, foi pena, mas outras oportunidades virão para ver este grupo.
Começava então, no Palco Lopes Graça, o concerto mais esperado de todo o festival, Fausto Bordalo Dias e o magnífico grupo de músicos que o acompanham.Fiquei admiradíssimo de ver a maneira como esta música toca a todas as idades, na fila da frente dava para ver os mais jovens ao lado dos mais velhos e todos a cantar os temas de Fausto. O concerto tocou temas do disco, já de 2003, “Ópera Mágica do Cantor Maldito” de onde vieram canções, infelizmente muito actuais, como “Eis Aqui o Agiota”, “ A Nova Brigada dos Coronéis de Lápis Azul” e “Eis Ali o Dito Cantor”, mas claro que “Por Este Rio Acima” não ficou esquecido e de onde veio o “A Guerra é a Guerra” e “Navegar, Navegar”, cantados por todos de plenos pulmões. Um dos pontos altos, num concerto todo feito deles, veio de “Na Ponta do Cabo” cantada por todos e acompanhada ao tambor e à tarola. A alegria com que Fausto recebia os aplausos e reconhecimento do público era enorme e não dava para disfarçar. Com isso tivemos direito a dois encores, um com “Navegar, Navegar” e outro com a “A Guerra é a Guerra”, que mesmo sendo repetidos não deixaram de agradar a todos os que estava ali.Foi um encerramento com “Chave D’Ouro” que deixou todos desejosos de uma nova edição de Bons Sons.
A organização e todos os Voluntários estão de parabéns por terem conseguido realizar um Festival que tanto agradou e que, talvez, tenha atingido o seu ponto ideal. Cerca de dez mil pessoas dia deve ser a lotação máxima ideal, sob pena de com mais gente a festa deixe de ser tão agradável.
Até daqui a dois anos!

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